
A adolescência é uma fase de muitas transformações
O corpo muda, a identidade se forma e a relação com a própria imagem passa a ter um peso ainda maior na autoestima. É nesse contexto que muitas jovens começam a considerar procedimentos estéticos, como o implante de silicone nos seios. Mas será que essa é uma boa ideia tão cedo? O que é importante saber antes de tomar essa decisão?
Neste artigo, vamos abordar tudo o que você precisa entender sobre o implante de silicone durante a adolescência, seus prós, contras e cuidados essenciais.
O corpo ainda está em desenvolvimento
O primeiro ponto fundamental é entender que o corpo da adolescente ainda está em desenvolvimento. Os seios, por exemplo, continuam a se formar até aproximadamente os 17 a 18 anos, podendo variar de acordo com o organismo de cada menina. Realizar um implante de silicone antes da estabilização desse desenvolvimento pode resultar em assimetrias, necessidade de troca precoce da prótese ou resultados insatisfatórios com o tempo.
Além disso, fatores hormonais e genéticos influenciam diretamente no crescimento das mamas. Por isso, é recomendado esperar a estabilização hormonal e o fim da puberdade antes de considerar o procedimento.
Quando é possível fazer o implante?
A legislação brasileira, por meio da Anvisa e do Conselho Federal de Medicina, permite o implante de silicone a partir dos 18 anos de idade, quando se trata de fins exclusivamente estéticos. Em casos de reconstrução mamária, como em pacientes com malformações congênitas (como a síndrome de Poland) ou deformidades significativas que afetam a saúde emocional da adolescente, o procedimento pode ser considerado antes dos 18 anos, desde que com indicação médica bem justificada, avaliação psicológica e consentimento dos responsáveis legais.
Fatores emocionais e maturidade são fundamentais
Além do aspecto físico, é essencial avaliar a maturidade emocional da adolescente. O desejo de colocar silicone deve partir de uma vontade genuína e consciente, e não da pressão social, padrões estéticos irreais ou comparações nas redes sociais.
Uma boa conversa com um cirurgião plástico experiente e, se necessário, com um psicólogo, pode ajudar a jovem a refletir sobre suas motivações e expectativas em relação ao procedimento.
A escolha da prótese e do profissional faz toda a diferença
Caso o implante seja indicado e autorizado, a escolha da prótese adequada (volume, formato e perfil) deve ser feita com muito cuidado, respeitando a estrutura corporal da paciente e priorizando a naturalidade. O cirurgião plástico deve ser membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), com experiência em cirurgias em pacientes mais jovens e uma abordagem humanizada.
Além disso, é essencial considerar que o silicone não é um procedimento definitivo: ele exige acompanhamento ao longo da vida, pode necessitar de troca futura e deve ser inserido em um contexto de saúde e responsabilidade.
Recuperação e cuidados no pós-operatório
A recuperação da cirurgia de implante de silicone costuma ser rápida e bem tolerada por adolescentes, mas exige cuidados importantes: repouso, uso de sutiã cirúrgico, restrição de exercícios físicos e acompanhamento médico nos primeiros meses. Também é necessário entender que os resultados finais podem demorar alguns meses para se estabilizar.
Autoestima sim, pressa não
A cirurgia plástica pode, sim, ser uma ferramenta poderosa na reconstrução da autoestima e da autoconfiança. Mas, durante a adolescência, é preciso ter um olhar ainda mais atento, ético e cuidadoso. O momento certo para realizar o implante de silicone é aquele em que o corpo já se desenvolveu por completo e a decisão é feita com consciência, segurança e apoio familiar.
Se você é mãe, pai ou responsável por uma adolescente que deseja fazer esse tipo de cirurgia, converse com ela, busque informações confiáveis e procure um profissional qualificado. A decisão certa, no tempo certo, pode fazer toda a diferença no resultado e no bem-estar da jovem.